domingo, 18 de setembro de 2011

Inteligência Financeira

Tem me incomodado muito o fato de como a maioria das pessoas tem pouco ou nenhum conhecimento de finanças. Não estou falando de entendimento de bolsa de valores, commodities ou cotação de moeda estrangeira e sim de raciocínio e estratégia para cuidar do dinheiro que se conquista. As pessoas não sabem lidar com o dinheiro. Independente de quanto ganham, acabam gastando mais que podem e o resultado é um endividamento sufocante e progressivo.

Está na cultura dos brasileiros. Basta surgir um dinheirinho a mais, seja num aumento ou na venda de algum bem, que logo se vê no “direito” de dar destinação ao mesmo, consumindo e adquirindo coisas.

O maior problema das pessoas é a ilusão de achar que seus problemas serão resolvidos no momento em que ganharem mais dinheiro. Isso faz a pessoa perseguir maiores salários (ao invés de melhores empregos) e trabalharem mais. Tão logo recebem o “extra” e já sentem a necessidade de trocar de carro, comprar um celular novo ou trocar o vestuário, como se aquele “extra” tivesse que ser traduzido em bens e materiais. O resultado é que quanto mais dinheiro se ganha, maiores são as dívidas e mais escassas as noites de sono tranqüilo.

Contrariamente a isso, as pessoas inteligentes financeiramente sabem que um dinheiro extra ou um aumento de salário é uma oportunidade de se ter mais dinheiro disponível para multiplicar sozinho (sabe-se que uma quantia investida tende a crescer), além de dar tranqüilidade para encarar emergências, sabendo que existe aquela quantia disponível.

A maioria das famílias brasileiras usa sua renda em despesas fixas e básicas e quase nada em despesas variáveis. Moradia, saúde, transporte, ensino são exemplos de despesas fixas. Quando surgem gastos extras ou emergenciais como problemas de saúde, uma gravidez ou o aumento da mensalidade da faculdade, as pessoas enxergam a saída nos empréstimos e nos financiamentos.

A receita é muito básica, mas tem muita coisa por traz dela: Não financie ou tome empréstimos para adquirir coisas que não dão retorno financeiro. Se você precisa financiar tudo que adquire, significa que você não está conduzindo inteligentemente sua vida financeira. E não importa o quanto você ganhe.

O objetivo a ser perseguido é ter pelo menos 40% da receita liquida destinada ao “caixa”, que por sua vez deve ser visto como investimento e não como reserva. Invista. Ilumine sua escuridão. Se não sabe como fazer, comece pela caderneta de poupança (que tem rendimento fixo de 0,5% ao mês mais a inflação medida).

Enfim, tenho me dedicado muito ao assunto finanças ultimamente. E estou vendo que para se ter uma vida de sucesso no parâmetro finanças é preciso ter duas coisas: 1) Consciência do que é e o que significa o dinheiro e consumismo e; 2) Inteligência financeira.

Estou apenas engatinhando ainda. Claro que já saí daquele estágio de guardar todo o dinheiro em caixas de sapato, separando-os em envelopes escritos o que eu ia comprar quando juntado a quantia necessária (quem me conhece sabe que fazia isso. Nunca fui adepto do financiamento). Eu odiava também os juros, mas hoje vejo que os posso usar ao meu favor. E tem muitas formas de se fazer isso.

Abraço

PS: Quem quiser sugestões de leitura, posso fazê-lo.