quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Escoteiros em Muaná


Ser escoteiro é bom demais! Agente acaba pegando um espírito de aventura e praticidade ferrenhos. Estar num ambiente diferente, onde se tem que adaptar a tudo e a todos é colocar em pratica o que se aprende nas atividades do grupo escoteiro.

Ultimamente temos cozinhado em casa, pois cansamos de comer no único restaurante da cidade (na verdade tem mais dois, mas não estão funcionando). O pior é que lá se serve a mesma comida todos os dias, variando apenas a carne. Como não temos fogão em casa ainda, resolvi montar uma espécie de fogareiro com latinhas e álcool. E ficou melhor que fogão (uma foto em anexo). Dá aquele prazer de preparar comida em acampamento. E é melhor também que usar a cafeteira pra cozinhar algumas coisas, como estávamos fazendo antes.

Domingo fomos chamados para passar o dia numa casa na beira do Rio Muaná. Comemos muitas espécies de carne (frango, carne de boi, camarão...) mas não quisemos comer aperemba (o nome de uma tartaruga que tem aqui). O que atrapalhou nem foi o aspecto de carne de ostra que tinha, mas a forma como é preparada. Ela é colocada em uma panela grande de pressão com a água já fervente e é cozida por cerca de 30 minutos. É um pouco triste, mas na cultura daqui isso é normal. Aqui é muito comum comerem toda espécie de quelônios como tartaruga, tracajá, jabuti...

O que estou fazendo é aprendendo a pescar camarão. Logo, pretendo praticar e ficar muito bom nisso.

As pessoas daqui são muito ligadas com a cultura imposta pela selva amazônica e são muito orgulhosas por viverem aqui. Conversar com eles traz um sentimento muito bom que nem consigo descrever. Mas este tempo todo tem me feito pensar bastante em como Deus cuida dos homens e como cada homem tem sua forma de interagir com a natureza.

Vi também que as pessoas ficam perplexas em ver as noticias recentes de alagamentos, desabamentos e mortes pelo Brasil afora. Aqui é alagado o tempo todo e ninguém morre. Segundo palavras de um morador, "aqui nós sabemos a respeitar a natureza e não construímos onde sabemos que pode nos trazer riscos".

Estou fazendo amizades rapidamente e estou sondando um lugar para acampar onde eu possa ficar isolado e com segurança. Eu vou acampar numa ilhota que fica perto da minha casa, mas preciso de um barco para me levar até lá. Estou analisando algumas coisas de segurança apenas (animais e essas coisas), mas está tudo tranquilo.

Tenho também propostas para viajar até um lugar para pescar. Não sei bem onde é, mas tem um sitio lá e parece ser bem tranquilo.

Em tempo: Fui convidado pela SAAE (a "COPASA" do Pará) para uma reunião para integrar uma equipe de saneamento do município. Pude também colaborar com informações geológicas para a construção de novos poços de captação de água e semana que vem sairei com o diretor da empresa para visitar os poços já existentes.

Meus planos de mestrado se frustraram, pois não atingi o nível padrão em conhecimentos na lingua inglesa. Isso até que foi bom, pois eu ia ver a Flávia somente nos fins de semana durante quase quatro meses. Vou fazer um curso de especialização em recursos hídricos e geologia ambiental na UFPA (a distancia, onde irei esporadicamente na universidade) que dura um ano e meio.

Saudades

Um comentário:

isabela disse...

Jaboti??? Tartaruga???O.o nao sei se fiquei assustada ou triste com a forma que é preparado....
To com saudades, todo dia venho ver se tem novidades...rs

bjao