quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Acomodações e novidades


Passadas as primeiras impressões da nova vida no Pará, a primeira coisa que se consolida é o sentimento de que não foi apenas uma viagem. As coisas aconteceram tão rapidamente (mudança de planos, casamento e estado novo) que a mente ainda insistia em não acreditar. È como se a lei da inércia valesse também para o cérebro, que não atualiza as informações mediante o acontecimento das coisas.

Alguns têm perguntado sobre as condições de nossa moradia. Bom, ainda não chegaram as coisas que compramos e pagamos o frete. Isso tem sido interessante, porque temos que improvisar várias coisas.

A nossa casa tem apenas um colchão, um ventilador, uma cafeteira, um notebook e umas coisas menores. Isso permite fazer combinações interessantes como usar a caixa do ventilador como mesa e fazer macarrão na cafeteira (e pode acreditar que ficou muito bom). Estivemos em Belém no fim de semana e trouxemos conosco uma mesa, mas não foi muito seguro porque ela vem no barco junto com tudo o que se possa imaginar que as pessoas trazem (é até interessante olhar a cidade e ver que praticamente tudo aqui veio de barco um dia).

Nesta ultima ida a Belém, a opção de viagem era apenas noturna. Saímos de Muaná às 20h. Segundo palavras do próprio comandante do barco, “ a chegada em Belém está prevista para as 02h, mas caso o rio não esteja muito bom, agente pára em Barcarena e continua viagem mais tarde. Neste caso chegaremos em Belém as 08h”. Ressalto que a viagem não é perigosa, a embarcação está em excelente estado de conservação, com todas as orientações de segurança, coletes salva-vida e etc. É importante frisar aos mais preocupados!

Em Belém além de comprar a mesa, fomos ao dentista e eu fiz uma prova de inglês na universidade. Passeamos bastante com nossos amigos geólogos, os quais mencionei no primeiro texto. Conforme prometi a eles após lerem o primeiro texto e reclamarem, Belém é uma cidade bem diferente de Muaná. É uma metrópole com muitos prédios altos, shopping centers, e tudo o que uma cidade grande tem. Pediram para que eu informasse também que lá as “pessoas não tropeçam em jacarés” conforme eles mesmos falaram que nós, do sul e sudeste brasileiro achamos. Eu ri muito ao escrever isso.

Os paraenses que nos conhecem sempre dizem que somos facilmente identificados pelo sotaque. Todo mundo já sabe que somos “de fora” quase que antes de falarmos. “Égua, mas tu num é daqui não é?” Já conseguimos, com os amigos de Belém um dicionário com as expressões que os paraenses mais falam. Ele é mais útil pra mim, visto que a Flávia sabe bem mais que eu sobre o significado das expressões que eles falam. Eu sempre fico sem entender metade das expressões.

Em tempo, desculpem não estar dando muita atenção aos emails ou estar demorando bastante para respondê-los. Além de não poder vir todo dia à lan house, a conexão é tão lenta que tenho que ficar me lembrando toda hora que esse computador não é meu e consequentemente não dar uma porrada nele. Já a Flávia, no trabalho, tem uma internet melhor e tem mais tempo para acessá-los. Aqui no município ainda não tem internet disponível para as casas, mas dizem que em breve haverá. Tomara!

Fica aqui uma mensagem que um amigo da Flávia escreveu pra nós antes de virmos e que vejo que ela é muito verdadeira: “ Vocês podem até sair de Minas, mas minas não vai sair de vocês”.

Grande abraço


Wendell Fabrício

Um comentário:

Tchu disse...

É Vendell, você, junto a Flávia, está virando um verdadeira Magiver em?!

Macarrão na cafeteira foi demais.. hahaha.. rachei aqui!..

Abraços